A evidência tem demonstrado a custo efetividade dos serviços clínicos prestados por farmacêuticos em contexto comunitário.¹ No entanto, a colaboração entre os farmacêuticos e os médicos de família deve ser otimizada. As limitações verificadas na maioria dos modelos de colaboração entre médicos de família e farmacêuticos comunitários incluem isolamento geográfico, comunicação deficiente, falta de tempo e a não remuneração desta intervenção.^2,3

Aproveitando todas as suas competências e colocando-as ao serviço das pessoas, o “farmacêutico de família” nas farmácias, pode contribuir para a eficiência nos tempos das consultas de Medicina Geral e Familiar, como comprovado num estudo realizado no Reino Unido, em que foram analisadas as notificações de farmácias comunitárias aos médicos de família sobre utentes durante as duas primeiras semanas após o início de uma nova terapêutica.³

Também na Bélgica este conceito tem sido implementado, reconhecendo-se os benefícios da intervenção de um farmacêutico como referência na gestão de um regime medicamentoso abrangente, atualizado e orientado entre os profissionais de saúde que interagem na prestação dos cuidados. Este serviço encontra-se contratualizado entre o Estado belga e as farmácias comunitárias desde 2017.^3,4

Enquanto profissional de saúde em proximidade e de acompanhamento aos agregados familiares, o “farmacêutico de família“ poderá reforçar a assistência farmacêutica prestada às populações através das farmácias comunitárias e a sua capacidade de responder às necessidades das pessoas nos diferentes ciclos de vida.

A ação do “farmacêutico de família” poderá igualmente reduzir o tempo de espera para a renovação da prescrição da medicação crónica, obtendo ganhos nos cuidados de saúde e uma partilha multidisciplinar dos dados clínicos da pessoa, tendo subjacente a mais-valia do conhecimento do farmacêutico comunitário sobre a comunidade, permitindo que todas as partes envolvidas tenham benefícios.